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domingo, 13 de junho de 2010

Grün_Anselm: O OBJETIVO DA LIDERANÇA

O OBJETIVO DA LIDERANÇA


 O primeiro objetivo da liderança é criar na empresa uma atmosfera de transparência e de confiança, onde os colaboradores procurem em conjunto um objetivo. Ninguém deve lutar apenas por si mesmo e sim conviver lado a lado. Mas este convívio não deve limitar-se apenas às pessoas, deve estender-se também às relações entre as pessoas e o tempo, e finalmente também entre as pessoas e a natureza. As pessoas e o tempo devem chegar juntos, devem condizer umas com o outro. Quando a pessoa faz tudo no tempo certo, isto faz bem a si mesma. O tempo certo em que alguém recebe o que precisa, e no qual pode exigir o que é necessário, cria um clima de clareza e tranqüilidade na empresa. Quando tudo acontece no momento certo, o homem se sente levado a sério. Quando tudo tem a sua ordem, o homem também se ordena interiormente.

O homem somente poderá ser produtivo quando corresponder ao seu ritmo interior (fala-se hoje em biorritmo). O homem não deve trabalhar contra a natureza e contra o seu ritmo. Senão ele se aniquilará. O tempo e os homens devem caminhar juntos para que seja possível realizar um trabalho lógico e efetivo. Se o homem precisa trabalhar segundo o relógio de ponto e reprime seu relógio interior, estará em breve extenuado. Isto foi redescoberto por muitas empresas ao implantarem o horário flexível.

A liderança deve facilitar que nenhum colaborador seja impelido à confusão ou à intranqüilidade, que seja ferido ou perturbado. A liderança não deve difundir a intranqüilidade e a agitação, mas sim a paz e a clareza, a tranqüilidade e o prazer de trabalhar. Aquele que incita um outro à agitação, o fere e o odeia. O líder não deve odiar seus colaboradores, mas sim amá-los. Uma maneira de expressar este amor é não inquietá-los, mas sim criar para eles uma atmosfera  de trabalho tranqüila e agradável, na qual eles possam trabalhar com prazer, com respeito e serenidade interior. Em algumas empresas, a clareza é substituída por um dinamismo inquietante. Nestas empresas, a cada semanas são anunciadas novas medidas e a cada ano tudo é reestruturado. Afinal, as pessoas querem estar na ponta dos novos movimentos. Porém muitas vezes este dinamismo encobre apenas o fato de que o objetivo foi perdido.

Ninguém deve ser atormentado ou ferido por meio da liderança, ninguém deve ser impelido à tristeza. A tristeza apenas entorpece os colaboradores. Em algumas empresas tem-se a impressão de que por de trás de toda a movimentação existe uma tristeza profunda que não deixa surgir nenhum contentamento com o trabalho. Se analisarmos essa tristeza bem meticulosamente veremos que, na maioria das vezes, a sua causa é o desrespeito ao indivíduo. Se as pessoas forem continuamente feridas e não puderem se defender contra isto, reagirão retirando-se para a tristeza, para a depressão. A reação normal aos ferimentos e às ofensas provocados por aquele que é o líder é a de que nos vinguemos dele, que trabalhemos contra ele. Cada um fere o outro.

Porém nenhum deles fala sobre isso. As feridas não são vistas nem analisadas, ao contrário, continuam simplesmente a propagarem-se. Todavia, isto estraga a atmosfera da empresa. Em muitas empresas sente-se de imediato o tipo de atmosfera que nelas impera. É como se sentíssemos literalmente o seu cheiro ao atravessar seus portões, ao adentrar em suas dependências. Em umas a atmosfera eleva e em outras a atmosfera sufoca. Neste tipo de empresa, uma tristeza profunda entorpece os colaboradores. E o prédio inteiro é marcado por um sentimento de vazio e de falta de sentido.

O líder só poderá transmitir uma verdadeira disposição para o trabalho quando, nos encontros e na maneira de liderar, transmitir aos colaboradores estima e respeito, quando ele mesmo não se deixar entorpecer pelos problemas, mas solucionar os conflitos a partir de sua serenidade e confiança interiores.

FONTE: Livro A Sabedoria dos Monges na Arte de Liderar Pessoas
AUTOR: Anselm Grün
  
“Quando perdemos de vista os objetivos, duplicamos nossos esforços”
                                                             Mark Twain

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