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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Nosso futebol, nossa política, nossas organizações. O que podemos aprender com filme que estréia hoje (Bem Amado)?

Se não dispensarmos esta “turma” que “administra” o futebol brasileiro, vamos ter que seguir assistindo aos campeonatos espanhol, italiano, ... para ver bom futebol. Detalhe: jogado pelos nossos craques !!!!

Acho que também aí temos um problema sério de Governança e Liderança. Aliás, como em vários aspectos de diversificados tipos de nossas Organizações.

Mas há uma esperança: a educação dos interessados (stakeholders) -> NÓS

Afinal hoje estréia, nos cinemas, uma grande aula lúdica sobre a “politicagem tupiniquim”, digna de nosso maior herói: Macunaíma – é hoje que conheceremos a nova versão de Odorico Paraguaçu, com Marco Nanini. Um novo ator para interpretar um “jeitinho” de fazer política demonstrado pela primeira vez em 1969!!!!  E que, “infelizmentemente” -  ops - continua muito atual !!!!

Ou seja, é uma prova cabal de que, no Brasil, muda-se tudo para manter igual algumas coisas muito importantes. Uma delas a “traquinagem alegre e descompromissada” de parte de nossas “elites” .....  ARGH!   Sniff Sniff



Odorico Paraguaçu

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Odorico Paraguaçu é uma cômica personagem ficcional criada pelo dramaturgo brasileiro Dias Gomes e vivido, na televisão pelo ator Paulo Gracindo.
Apareceu pela primeira vez na peça de teatro Odorico, o Bem Amado ou Os Mistérios do Amor e da Morte, encenada pela primeira vez em 30 de abril de 1969 no Teatro de Santa Isabel, no Rio de Janeiro, com o ator Procópio Ferreira na pele da personagem.

Prefeito da cidade de Sucupira, o personagem se caracteriza por sua obsessão em inaugurar o único cemitério da cidade, construído como a principal promessa de sua campanha para prefeito, já que, sempre que morria alguém na cidade, o corpo devia ser levado para a cidade vizinha para ser enterrado. O problema de Odorico é que, após a inauguração do cemitério, ninguém mais morria. Desesperado, esta situação fez com que tomasse iniciativas macabras para concretizar sua promessa, provocando cômicas situações.
No teatro o personagem foi vivido também pelo ator Marco Nanini. Na Televisão, o primeiro a interpretá-lo foi Rolando Boldrin.

Pra Frente Sucupira!

Um trecho da entrevista – uma aula de “política”

Pra Frente Sucupira!: Obrigado por nos receber, prefeito!

Odorico Paraguaçu: É com a alma lavada e enxaguada que lhe recebo em nossa humilde cidade.

PFS: Prefeito Odorico, o senhor está se candidatando ao seu sexto mandato de prefeito nos últimos 30 anos. Seu slogan de campanha é uma adaptação do utilizado em sua primeira candidatura: "Vote num homem sério e ganhe um cemitério... novo!". A oposição o acusa de não ter propostas sérias a apresentar...

Odorico: Isso é intriga dessa oposição temerista pra me desmoralizar! A construção de um novo cemitério é uma obra que entrará para os anais e menstruais de Sucupira! Devemos proteger essa grande instituição de qualquer democracia de primeiro mundo, que é o direito de falecimento! E o falecimento é condição sine qua non do estado defuntício, que liberará o sucupirano dos seus afazeres terrenos e o levará para o colo de nosso onipotentíssimo Criador.

PFS: A oposição também o acusa de cobrar impostos abusivos e de defender metódos antidemocráticos. Dizem até que falsificou a própria morte...

Odorico: Isso é uma declaração inverídica, sem-vergonhista e demagogista. Em primeiro lugar, nós tamo precisando desse dinheiro dos impostos pra resolver grandes problemas! E tudo mundo sabe, que durante toda a minha carreira política, nunca entrou nesse bolso um tostão do povo! Além disso, ninguém nessa cidade é mais democrata do que eu. Mas como grande filosofista político que sou, eu tenho uma alternativa a esse modelo político a que chamo Democradura! Se na democracia o povo escolhe a gente, na democradura, a gente escolhe o povo que vai escolher a gente!

Quanto à acusação de ter inventado o atentado que quase arrancou a minha humilde e devotada vida, é uma negação dos fatos talqualmente aconteceram. A verdade é que eles não sabiam que eu, Odorico Paraguaçu, filho de Eleutério e neto de Felinto Paraguaçu, tenho o corpo fechado e lacrado, excetuando os orifícios que a natureza achou por bem deixar em aberto.

O povo sucupirano me conhece, e sabe que eu não minto!

PFS: A imprensa tem publicado reportagens acusando-o de usar o ex-pistoleiro e seu protegido Zeca Diabo para amedrontar os seus adversários...

Odorico: Isso é intriga dessa... imprensa amarelista! Não sou, nem nunca fui jaguncista. Tenho somentemente uma guarda pessoal, talqualmente George Bush, Hugo Chávez e outros estadistas visados pelos inimigos da democracia.
Veja completa em:

sexta-feira, 23 de julho de 2010 7:28

'O bem amado' na telona

Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC

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http://www.dgabc.com.br/2008/files/noticia/5822515.jpg
As obras de Dias Gomes (1922-1999) sempre tiveram grande apelo popular. Uma delas em especial se mostrou tão querida que deixou as páginas para ganhar adaptações na televisão, teatro e agora no cinema, com O Bem Amado, que estréia hoje nos cinemas (duas salas na região). O filme traz uma boa dose de risadas e relembra o que de melhor o cinema brasileiro tem a apresentar: a comédia.

Ainda estão na memória - de muita gente - as artimanhas boladas pelo ator Paulo Gracindo (1911-1995) no papel do falastrão político Odorico Paraguaçu na novela homônima da década de 1970 - e que viria a gerar uma série televisa nos anos 1980.

Mais recentemente, a história ganhou vida nos teatros e foi a partir desta adaptação que o ator Marco Nanini, astro da peça, se uniu ao diretor Guel Arraes para levar o conto para as telonas. "Levei tudo do teatro para o cinema porque já existia a perspectiva da produção. Procurei já ter uma intimidade com o personagem", explica Nanini.

Na trama, Odorico Paraguaçu acaba de ser eleito prefeito da cidade de Sucupira e promete a construção de um cemitério para o local. Após a obra superfaturada ficar pronta, os problemas começam quando não há nenhum corpo para inaugurar o projeto.

Enquanto começa a bolar diversos planos ao lado de seu secretário Dirceu Borboleta (Matheus Nachtergaele), o político precisa lidar com seu envolvimento amoroso com o fogoso trio das Irmãs Cajazeiras (vividas por Zezé Polessa, Andréa Beltrão e Drica Moraes). Sua vida pública e pessoal é acompanhada de perto pelos repórteres do jornal A Trombeta, que fazem de tudo para desmoralizar o novo prefeito.

O jeito teatral e político do protagonista é um prato cheio para piadas. Seus discursos prolixos contam com engraçados neologismos quando explicam que o ‘construimento'' do cemitério é perseguido pela imprensa ‘marronzista'' ou remete a seus encontros ‘sigilentos'' no gabinete da prefeitura.

Ambientada na década de 1960, a trama sofreu pequenas modificações para não parecer antiga demais. "Não queria fazer algo de época com termos e bordões atuais. Foi preciso atualizar pensando naquele tempo. Fazer um Odorico como um coronel do interior não diria muita coisa hoje", diz Arraes.

As cenas gravadas na ensolarada cidade de Marechal Deodoro, em Maceió, ganham vida com a boa trilha sonora que conta com participação de Caetano Veloso, Zé Ramalho e Jorge Mautner, entre outros.

O Bem Amado chega aos cinemas gabaritado pelo sucesso do passado, mas também pressionado a agradar um novo tipo de público. O carismático Odorico Paraguaçu se une a uma lista de ricos personagens das obras de Arraes, casos de João Grilo (O Auto da Compadecida) e Leléu (Lisbela e o Prisioneiro), e não fica atrás desses figuras.

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